Praga – O Atlético propôs ontem 6 milhões de euros (cerca de R$ 14,2 milhões) a Diego Forlán, mas teria também de pagar à Internazionale 4 milhões de euros (mais de R$ 9 milhões). Mesmo a preço tão alto, o atacante uruguaio continua a ser a aposta do presidente Alexandre Kalil para as próximas temporadas e para reconquistar um título nacional. Depois de pagar R$ 70 milhões em dívidas do clube, ele resolveu gastar em contratações, como a do atacante Jô e a do lateral Júnior César, praticamente certas.
Kalil se reuniu durante todo o dia de ontem em Madri com os empresários de Forlán. Em um esforço extra para satisfazer a torcida – que gritou o nome do craque no Independência, na partida contra o Goiás, pela Copa do Brasil –, ele ofereceu 6 milhões de euros por um contrato de três anos para ter o melhor jogador da Copa de 2010. Os empresários ficaram de conversar com o atleta, que está com a Seleção de seu país, e esperam fechar negócio nos próximos dias.
O presidente atleticano acha que a chance de concluir a contratação é de 10%, mas insiste nele por entender que ela seria o carro-chefe para a conquista do Brasileiro. “Fiz uma proposta jamais imaginada porque quero o jogador e o melhor para o Atlético”, disse com exclusividade ao Estado de Minas. Kalil sabe que a imprensa brasileira duvida da transação, achando que apenas clubes de Rio e São Paulo arriscariam valor tão significativo, mas, se o torcedor analisar friamente, vai perceber que Kléber ganha cerca de R$ 700 mil mensais no Grêmio e Ronaldinho Gaúcho R$ 1,2 milhão no Flamengo.
“Só não posso ser irresponsável. Quero o melhor para o meu clube e minha torcida, mas não posso gastar além do que o orçamento permite. Tenho até vontade de ser irresponsável, como muitos, mas não sou assim. Se o torcedor atleticano me perguntar hoje, segunda-feira, aqui em Madri, digo que acho difícil fechar o negócio, mas os empresários do Forlán vão levar os números para ele e as coisas poderão mudar. O Atlético está pagando aquilo que poucos clubes pagariam, e sei que o jogador está doido para jogar no nosso time. Ele já falou com os empresários o quanto deseja chegar à Cidade do Galo”, afirmou.
Mesmo desprevenido para ficar mais tempo na Europa depois de assistir à final da Liga dos Campeões, Kalil viajou de Munique a Madri e chegou a lavar roupa no hotel para ficar o dia todo com os empresários de Forlán. “Isso não é novidade. Fiquei na Ucrânia cinco dias com uma peça de roupa para contratar Guilherme e acabou dando certo. Só não quero iludir o torcedor. Estou fazendo o possível e o impossível para contratar Forlán, mas agora não depende mais de mim. A proposta é fantástica, mas tenho responsabilidade. Cheguei ao meu limite, porque acho que a torcida merece. Como torcedor, gostaria de ter um craque como ele no time. Sei que seria o começo para as conquistas.”
Entre os envolvidos no negócio está o uruguaio Edgar Goulart, que tenta convencer os outros empresários e o próprio jogador a se transferir para o Atlético. “Estamos fazendo de tudo para dar certo, mas a palavra final é do atleta. Kalil tem feito o possível e o impossível para contratá-lo, é um dirigente sério e tem honrado aquilo que propõe. Agora está nas mãos do Forlán, mas esse tipo de negociação não se resolve da noite para o dia. Acredito que até o fim da semana a torcida do Galo poderá vibrar com essa contratação. É o que todos desejamos e é o que o próprio jogador quer. Ele já sabe tudo sobre BH, a Cidade do Galo e o clube. Vamos ver se os números vão atendê-lo.”
Kalil embarca de volta ao Brasil hoje cedo, mas permanece em contato com os empresários do uruguaio, podendo retornar à Europa se preciso. Ele está convicto de que seu time não vai apenas figurar no Brasileiro. Acredita que, com as contratações que já fez e se tiver Forlán, será concorrente direto ao título.
CAMISA 1 O presidente não descarta a possibilidade de contratar um goleiro. Apesar de Cuca gostar de Gomes (Tottenham), ele não se convenceu de que o ex-cruzeirense seja o camisa 1 ideal. Por enquanto, Giovanni e Renan Ribeiro são os nomes, mas não será surpresa a chegada de alguém mais experiente. Orión (Boca Juniors), que estava cotado, tem o preço considerado alto para um jogador de 31 anos. Kalil pensa em alguém por volta dos 27 anos.
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